sábado, 18 de julho de 2009

Herói

Heróis, o que é isso para nós? Homenzinhos de capa caída pelas costas, com formidáveis capacidades elevadas por uma identidade secreta, que protegem uma cidade, que surpreendentemente é a única atacada por super-vilões que tentam dominar o mundo, recorrendo incessantemente ao mesmo ponto de partida.

Tudo isto é ficção, ninguém voa! Infelizmente... Mas enfim, a realidade é que aquele herói que marca a históriade um país ou até de todo o planeta não voa nem esconde a cara,não vence super-vilões nem tem super-poderes e, muito menos se mostra dotado de diminuta inteligência comparativamente à sua força. É humano e, é por isso que é herói, porque apesar da sua redutora forma carnal, conseguiu superar expectativas, realizando actos notáveis, pela sua aparente impossibilidade.

Na minha opinião, os heróis têm uma ligação eterna e inquebrável com o mito, o mito que segundo Fernando Pessoa"é o nada / que é tudo", o mito que alimenta o imaginário, dando origem à realidade. É assim que nascem os heróis, sonham e, após o sonho deixam a obra fluir livremente através da sua força, persistência, perseverança e sacrifício.

Consequentemente, o herói é elevado ao nível dos deuses, que também já foram de fraco molde humano. Ao subir a escadaria do Olimpo torna-se imortal, não o herói no seu meio terreno, mas sim os seus actos, e através destes a sua essência, história e sacrifício, como defendeu Luíz Vaz de Camões na sua obra "Os Lusíadas".

É, então, notória a disparidade existente entre o nosso imaginário e aquilo que se apresenta como a realidade. Podemos, então ser heróis também, basta um dos milhares mantos de obscuridade que envolvem o atormentar desconhecido.

1 comentário:

  1. Que texto espectacular, talvez o melhor de todos. Nunca me lembraria de comentar um herói dessa forma.

    Muito bem
    =)

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