sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Numa Lágrima


Uma lágrima jurei.
Uma lágrima pelo passado e a saudade.
Uma lágrima por ti, o que nunca foste nem serás.
Uma lágrima por nós, pelo medo de morrer só.
Uma lágrima por toda culpa, que percorrendo cada veia faz tremer o meu espírito.
Uma lágrima por cada perdão perdido que ingenuamente sempre julguei encontrar.
Uma lágrima por cada sonho que esbatido contra a dura realidade só me mutilou a imaginação.
Uma lágrima por cada momento estupidamente deitado fora.
Uma lágrima por cada sorriso retido em melancolia.
Uma lágrima por cada palavra que belicamente trespassou a iludida felicidade.
Uma lágrima por toda a desilusão.
E assim no que julgava ser apenas uma lágrima choro cada momento de uma vida de isolamento e me apercebo que no fundo do túnel apenas resiste a mentira e a escuridão, de braços abertos, substituindo uma salvação inalcançável.
E uma lágrima me escapa ao me aperceber nunca poder chorar aquilo que errei.

domingo, 27 de setembro de 2009

Abraço-me à eternidade.
Pobre corpo, triste fado
Trancado em solitária a tão tenra idade.

Abandonado no vazio.
Com a dolorosa realidade me corto,
A sina de ser apenas mais um morto.

Lágrimas de sangue percorrem-me a alma,
Já não sei quem sou nem onde pertenço,
Abandonado por tudo apenas resta a calma.
Tudo o que sou é o que sinto, já não penso.

Assim me apercebo que despreocupado minto,
Digo sentir o que não sinto.
O que posso não me custa
E o que vejo não me assusta.

sábado, 18 de julho de 2009

Together we don't fall

Na vida de toda a gente existem pessoas vulgarmente chamadas de amigos que nos acompanham e tornam cada segundo especial e único. Na minha vida não existem amigos, mas sim quatro anjos que levo para todo o lado dentro do meu coração.
Eles mudaram-me, fizeram com que deixasse de me fechar no meu mundo, deram-me novos horizontes e fizeram-me acreditar "ser feliz é possivel", hoje para mim a felicidade deles é a minha também, é graças a eles sou o que sou.
Eu chorei a olhar para as paredes onde os conheci, e foi a luz das estrelas que percebi que nesta vida nunca estaria sozinho pois algures, em algum canto do mundo, ou do meu coração, estará sempre algum deles a apoiar-me em cada decisão.
Cada um especial à sua maneira Raquel e Ana destacadas pela sensibilidade, Rafael pela forma pecoliar de abordar cada assunto, e o David, bom o David é indispensável para a fuga aos momentos de maior agonia, todos diferentes, todos essenciais, todos especiais.
Por mais longe que algum dia estejamos nunca estaremos totalmente afastados, percebi hoje que nem a morte tem força suficiente para o fazer pois estarão sempre vivos no meu coração, e em cada minuto de solidão apenas terei de fechar os olhos e reviver cada momento passado com eles.
Meus amigos é com o maior orgulho que trago o nome de cada um de vós gravado no meu coração, obrigado por existirem e por serem quem são.
Eu hoje posso dizer que tenho os melhores amigos do mundo, e não estou a ser convencido mas sim realista.
Adoro-vos

Lloret forever and ever and ever....

Traçou-se o esboço, que se criem os laços.

Foi uma semana alucinante, não há palavras suficientes no português para a descrever... Na realidade é mesmo necessário deixar passar alguns dias para voltar a entrar na realidade, regressar daquele universo paralelo de paralelismo desprovido.

E então dada a minha entrada parcial na realidade e estando infelizmente consciente de que Lloret só na nossa memória, vou tentar proceder a impossível tarefa de definir o que se passou.

Primeiro pensei em defini-la por única e especial, mas apercebi-me de que era demasiado banal, em seguida surgiu a palavra magia, mas a magia faz parte deste mundo e não daquele em que estivemos a semana passada, ali tudo foi real e alucinante (características também incapazes de definir Lloret na sua totalidade).

E foi então que me apercebi, únicas e especiais são as pessoas que lá conhecemos, mágicas, todas as noites, cada uma de sua forma e alucinantes, todos os dias e emoções ali vividas. Lloret... bem, Lloret é isso tudo e Lloret é simplesmente insubstituível.

"Lloret 2008, difícil de lembrar, impossível de esquecer!"

Herói

Heróis, o que é isso para nós? Homenzinhos de capa caída pelas costas, com formidáveis capacidades elevadas por uma identidade secreta, que protegem uma cidade, que surpreendentemente é a única atacada por super-vilões que tentam dominar o mundo, recorrendo incessantemente ao mesmo ponto de partida.

Tudo isto é ficção, ninguém voa! Infelizmente... Mas enfim, a realidade é que aquele herói que marca a históriade um país ou até de todo o planeta não voa nem esconde a cara,não vence super-vilões nem tem super-poderes e, muito menos se mostra dotado de diminuta inteligência comparativamente à sua força. É humano e, é por isso que é herói, porque apesar da sua redutora forma carnal, conseguiu superar expectativas, realizando actos notáveis, pela sua aparente impossibilidade.

Na minha opinião, os heróis têm uma ligação eterna e inquebrável com o mito, o mito que segundo Fernando Pessoa"é o nada / que é tudo", o mito que alimenta o imaginário, dando origem à realidade. É assim que nascem os heróis, sonham e, após o sonho deixam a obra fluir livremente através da sua força, persistência, perseverança e sacrifício.

Consequentemente, o herói é elevado ao nível dos deuses, que também já foram de fraco molde humano. Ao subir a escadaria do Olimpo torna-se imortal, não o herói no seu meio terreno, mas sim os seus actos, e através destes a sua essência, história e sacrifício, como defendeu Luíz Vaz de Camões na sua obra "Os Lusíadas".

É, então, notória a disparidade existente entre o nosso imaginário e aquilo que se apresenta como a realidade. Podemos, então ser heróis também, basta um dos milhares mantos de obscuridade que envolvem o atormentar desconhecido.

sábado, 27 de junho de 2009

Teu olhar,
Meu mundo.
Perfeição do simples amar,
Ser teu cada segundo.

Tocar o desconhecido
Sentir o infinito.

Romper o manto de escuridão
Atingir as estrelas e lua.

Sou amor,
Sinto-o como meu,
Sou eu,
E tudo o que sou é teu.
Somem as trevas na fuga do nada de onde o tudo vem, e amanhece, enchem-se de esperanças o céu negro de um novo horizonte.
Palavra é mediocridade e exactidão, não serve para descrever tamanha loucura permanente que sem rastilho se acende.
Basta fechar os olhos para tudo acontecer de novo, mas a memória traz saudade, e a dor que nos aperta o peito é insuportável.
E eis que tudo volta a escurecer numa mancha concreta e indefinida que não sabendo bem como, nos preenche o coração.

God the only thing I ask of you is to hold them

Alicerces em que se firma cada dor que me segue para a felicidade relativa de cada momento já perdido. Procuro dentro de mim a resposta, o porquê, a razão não soluciona a falha sentimental.
Mas o Homem também erra na infinidade temporal de cada segundo.
Será erro temer a saudade se o futuro promete?
O isolamento, a queda em esquecimento de cada sentimento nunca infinito.
Temo a hora da despedida.
Não admito o adeus.
Tenho medo de vos perder, e é o medo o meu legado.
Estrelas vestidas de reflexo no oceano,
Seguidoras fiéis da lua, sua luz e estrada.
Leves ondulações no caminho percorrido deste pano,
Suave ondulação, calma, na areia rebentada.

Para prof. Paulo Mota

Para uns esplêndido o esforço quando estudamos,
Para outro, que apenas olhos nos colocou,
Nem do nobre nome de calhau nos livramos!
Agradecer não chega para a superioridade que nos tornou.

Trancas do Infinito:

Sou quem sou,
Nunca quem quis ser.
Mergulho num mar de incertezas
Em busca das respostas a cada pergunta,

Quem sou eu?
Mas que importa...
Nunca serei quem a minha alma escolheu
Tendo para sempre a felicidade
Trancada para lá de uma porta.

Para a prof. Margarida:

Entre tarefas e velocidades, preocupada,
Venerável esforço que nega mas tece,
Ambidestra entre cálculos de raiz quadrada,
Professora, amiga que na memória permanece.
A alma mais que o corpo, de espera degradada
Esperança do céu não da terra tão fugaz
Por mais que sonho e alma seja louvada,
Força, corpo e alma, distante jaz.

Que a morte o espírito leve
Para além de todo o ser,
Que mais que pronunciado, é breve.

Paredes caídas antes do erguer,
Império que é mas nunca o foi.
Dor que ainda muitos faz sofrer,
Mas por mais que doa já não dói.

Porquê segurar o outrora?
Sonhar o ontem e não escutar o agora,

Que o futuro não espera e o passado já demora!
Deixa-me sentir essa dor que te atormenta.
Deixa-me apoderar dessa paixão
que o teu coração não consegue expulsar, mas tenta.
Deixa-me venerar,
deixa-me idolatrar,
e permite-me que explore esta paixão que de erros está isenta.

Nunca quis ser rei,
mas quero tornar-te rainha,
e espero que graças a este sentimento,
tu um dia sejas minha.
Deste amor eu quero ser súbdito
e um eterno escravo de tudo isto que sinto,
quando digo isto sem dúvida que não minto,
pois nem pensei, disse-te por instinto.
Horríveis as vidas de quem vive pra sofrer.
Terríveis as vidas de quem ama até morrer.
Admirável a beleza de uma paixão controversa.

Não quero iludir quem me ilude.
O que sinto é meu e só meu,
mas quando digo isto não quero ser rude,
pois o que sinto apenas contemplo nas estrelas que vejo no céu.

Admiro-me quando o amor é tema de controversa
pois é o ódio que provoca a guerra,
porquê falar do que mais belo tem a Terra?
Apenas deveria ser sentido até que este nos dispersa.

E continuam a encontrar falta de razão quando digo!
“Terríveis as vidas de quem ama até morrer,
pois quem leva isto a peito limita-se a sofrer!”

Mais tarde verão quando o azar bater à porta de outro mendigo.

Perdido no infinito da mente humana


Oh tão suave é a dor que nos toca os corações,
tão pura é a luz que escurece as escuridões,
tão alegre a energia que nos impulsiona o andamento,
tão drásticos os problemas que nos atormentam o pensamento.

Solidão é tristeza,
é infelicidade e é pureza.
O coração mais puro é aquele que apodrece na solidão
nessa maldita escuridão,
que aterroriza, espanca e extingue qualquer ilusão.

Ilusões apenas nos induzem erros,
são guerras, são discussões e são berros!
Arquitectos de casas destruídas,
e reacções de crianças desinibidas.

Oh vida que tanto fazes sofrer os mortais,
vida que conduzes ao descanso eterno,
morte que és objectivo da vida,
morte que nos leva ao cumulo da pureza,
com toda a escuridão, com toda a solidão
e sem nenhuma ilusão.
Ah tão macias são as almas,
chamas suaves e onduladas,
chamas que lhe aquecem a alma,
o ser, o toque, a expressão,
mas que lindas chamas!!!
São beleza sem comparação.

O seu rosto é doçura e sensibilidade,
que nascem de dois mundos,
profundos!
Tão profundos, que não têm fim,
são terra, são mares e vulcões,
são ondas, doçura e erupções.
São a beleza de uma deusa,
e a expressão de uma criança,

na escultura incomparável do corpo de uma mulher!